Por Alexandre França
Que tipo de
consumo vc faz?
Talvez seja
difícil responder a essa pergunta. Não dá para termos a inocência que acharmos
que somos donos de todas as nossas escolhas. O mundo é bem mais complexo em
suas redes e teias capitalistas, econômicas, políticas e mercadológicas. Assim,
muitos passam a vida sem pensar sobre o assunto, vão sendo levados numa grande
correnteza de interesses alheios, incorporando tais valores como se fossem seus
(o que é puro engano). Falsas “necessidades” vão surgindo a toda hora para que
esse imenso “tobogã”de consumo nunca chegue ao fim. Tudo vai conspirando para
acharmos que viver é consumir.
Atualmente,
outro tanto de pessoas já consegue vislumbrar algumas saídas dessa tensa estrada
prestando atenção na origem dos produtos, na maneira como ele foi produzido, no
respeito à natureza, na valoração real da mão de obra, no impacto ambiental, no
resíduo deste objeto no futuro, na sustentabilidade, na “saúde” das coisas....
Eu penso
ainda, em como consumir coisas que melhorem a qualidade de vida daqueles com
quem vivo socialmente. É possível pensar que posso valorizar e apoiar o artesão
local, o artista próximo, a costureira conhecida, o agricultor da chácara
vizinha, o pedreiro bom de serviço.. e assim por diante.... Qual o sentido de
enriquecer cada vez mais as grandes corporações? De dar um valor aquilo que de
fato não me pertence? De nos sentirmos dependentes daquilo que não nos
acrescenta, pelo contrário, apenas nos subtrai ?
Podem dizer
que estou “puxando a sardinha para o meu lado “ pois faço parte deste grupo que
citei. Mas é justamente por estar nele e acreditar no que faço, é que resolvi
escrever este post. Nesta sexta feira , dia/noite/semana de interminável “Black
Friday” ( que canseira !!), onde uma desova de tudo encalhado é empurrada na
vida das pessoas, vale associar a imagem do lixo matando as praias como num
grande tsunami de consumo.
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