EDITOR : ALEXANDRE FRANÇA
COLABORDORES : ANDRÉ REIS E BETH SHIMARU

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ÁRVORES GRÁVIDAS

Como estamos falando de árvores essa semana, vale ler esse lindo texto da colaboradora do GIRAGIRAFFA Vânia Beatriz Armada Vilela. As paineiras, estrelas dos escritos estão em descanso.
Mas a beleza de seu existir estão latentes por toda a vida. 


Por Vânia  Beatriz Armada Vilela

As paineiras da praça voltaram a florir.


A aquarela rosa com fundo azul infinito me fez parar no tempo.
A natureza ensina que a vida é feita de fases.


De ciclos pequenos, grandes, rápidos ou demorados, em espiral.
Como o dia, a noite, os amigos, os amores, o outono e a chuva, sempre voltam. Mas nunca serão iguais.

Quando nosso corpo abriga outro corpo, nos transformamos em barrigudas paineiras.
Fortes e grandiosas capazes de suportar tempestades, ventos e escuridão.
Sombra mágica de conforto e cura para momentos de dor.


Galhos cortados, formam tristes cicatrizes. 
Ao lado crescem braços que aconchegam ninhos, sem pressa.
Condomínio encantado de abelhas, sabiás, formigas, pombos e pardais.
Somos alimento.


Raízes maduras nos prendem à realidade, enquanto folhas novas vermelhas acenam para o céu de ideais.
Quando caem, adubam o chão de esperança.


Colo verde a esperar segredos e sonhos de corações cansados.
A filha é iluminada lua cheia. 
A mãe espera netos.


E a aquarela, com fundo azul infinito, receberá cores novas de painas voando entre pipas e cataventos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário