Como estamos falando de árvores essa semana, vale ler esse lindo texto da colaboradora do GIRAGIRAFFA Vânia Beatriz Armada Vilela. As paineiras, estrelas dos escritos estão em descanso.
Mas a beleza de seu existir estão latentes por toda a vida.
Por Vânia Beatriz Armada Vilela
As paineiras da praça voltaram a florir.
A aquarela rosa com fundo azul infinito me fez parar no tempo.
A natureza ensina que a vida é feita de fases.
De ciclos pequenos, grandes, rápidos ou demorados, em espiral.
Como o dia, a noite, os amigos, os amores, o outono e a chuva, sempre voltam. Mas nunca serão iguais.
Quando nosso corpo abriga outro corpo, nos transformamos em barrigudas paineiras.
Fortes e grandiosas capazes de suportar tempestades, ventos e escuridão.
Sombra mágica de conforto e cura para momentos de dor.
Galhos cortados, formam tristes cicatrizes.
Ao lado crescem braços que aconchegam ninhos, sem pressa.
Condomínio encantado de abelhas, sabiás, formigas, pombos e pardais.
Somos alimento.
Raízes maduras nos prendem à realidade, enquanto folhas novas vermelhas acenam para o céu de ideais.
Quando caem, adubam o chão de esperança.
Colo verde a esperar segredos e sonhos de corações cansados.
A filha é iluminada lua cheia.
A mãe espera netos.
E a aquarela, com fundo azul infinito, receberá cores novas de painas voando entre pipas e cataventos.
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