EDITOR : ALEXANDRE FRANÇA
COLABORDORES : ANDRÉ REIS E BETH SHIMARU

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Minha Istambul (Turquia) 2a. parte"

por Ewaldo Chiang


Na volta da minha viagem à Índia decidi ficar mais 2 noites em Istambul. Voltei sozinho pois a Cris, ficara para mais uma temporada no Ashram (templo) em Belur Math (Calcutta). Já tinha sido uma grande oportunidade de conhecimento até agora certo?... Tem mais. Como estava só, já tinha reservado o hotel. Meu ponto de desembarque do metrô era a Mesquita Azul.
Me orientaram e eu tive que descer a "ladeira". Istambul é uma cidade antiga e assim cheio de morros, ruas pequenas, calçadas em escadas, paralelepípedos... Depois de quase meia-hora, já estava perto do Estreito de Bósforo, cheguei ao hotel. Tinha visto as fotos dele na web, mas ele estava fechado....Tinha até um cadeado na porta principal.... Putz, não acreditava naquela situação. Apesar do frio, já estava suado e bem cansado. O pior era a minha mala pesada e ainda uma mochila de roupa suja. Naquele momento eu queria dar uma respirada. Sentei em cima da mala e vi as pessoas passando meio desconfiadas. Até que veio um senhor que falava inglês e me perguntou o que tinha acontecido. Expliquei que já tinha até pagado o hotel e ele estava fechado. Na mesma hora ele foi até uma das janelas do hotel e bateu forte. Cinco segundos depois saiu um pintor de lá. Explicado o problema (em turco), o pintor fez uma ligação do seu celular. O senhor que foi muito educado me pediu para esperar e 5 minutos depois, um menino veio ao meu encontro. Ele também não falava inglês mas pediu-me para seguí-lo. Acredite, ele levou a minha mala e subiu o morro. Já estavámos perto de outra estação de metrô quando entramos em um hotel. Expliquei o problema e o recepcionista rapidamente fez o check-in (não precisei pagar outra diária). Este hotel me parecia bem melhor. Quando cheguei ao quarto não acreditei; cama king-size, lencóis branquinhos e wi-fi.
Tive sorte né!? Mas continua.

No dia seguinte acordei cedo, tomei café da manhã e fui visitar o monumento principal, a Mesquita Azul.
Havia uma fila considerável de visitantes, pois a entrada é franca. Chegando ao hall de entrada, todos tiram os sapatos e os colocam em um saco plástico que carregam consigo. Sua arquitetura era belíssima, compostos de vitrais, lustres e detalhes esculpidos nas pedras. Como turista também fotografei vários pontos da Mesquita.
Havia uma área reservada para nós e outra para os fiéis muçulmanos. Adivinhem... Um turista "caucasiano" entrou na área sagrada e começou a tirar fotos. O segurança, bravo, disse que a área era reservada para as orações... Na mesma hora senti uma vontade enorme de agradecer aquele momento e orar. Guardei a minha máquina e me aproximei de outros fiéis. Sou cristão mas nem por isso deixei de fazer os cumprimentos (encostar a testa no chão de joelhos) e rezar o Pai-Nosso.

Após alguns minutos orando, um muçulmano veio até mim e começou a conversar comigo. Seu inglês era muito precário e se espantou quando falei que era brasileiro. Depois das apresentações, ele ficou repetindo algumas citações do Alcorão e me pediu para fazer o mesmo.

Não acredito que ele estivesse blasfemando Maomé, muito pelo contrário. Acho que com isto, "quebrei o gelo", tanto que ele me convidou para conhecer a biblioteca sagrada que ficava ao lado da Imagem (Santuário de Oração). Me mostrou alguns livros, me explanou algumas informações (tudo em turco) e pasmem, começou cantar. Eu não resisti, me emocionei com essa atitude. Pedi desculpas e registrei a oração melodiosa. Fui apresentado a um outro muçulmano, que ficou meio espantado com a situação toda. Orei e agradeci mais uma vez e fui embora.



Nos dias seguintes visitei o Palácio de Topkaki, onde está o maior diamante do mundo e o cajado sagrado de Moisés. Mais uma vez me emocionei (chorei mesmo). Na visita às relíquias sagradas, ouvia uma música cantada que parecia uma oração. Aquilo me fez sentir muito bem. Me senti melhor ainda quando na saída descobri que era um padre quem estava cantando... Emocionante!!

Visitei ainda o Harem (aposentos das concubinas do sultão) e as Cisternas (onde estão as estátuas da Medusa).
No último dia, peguei uma balsa e atravessei o Estreito de Bósforo. Conheci também a parte oriental de Istambul. Por lá, eram mais turcos que turistas. Era num domingo e tinha muita gente, mais que a parte ocidental. Foi lá que experimentei o "Iskender", uma espécie de hamburger de carneiro, e a coalhada líquida.



Nesta ida à parte ocidental, conheci um turco e mágico, que faz trabalhos para escolas carentes. Mas isto é outra história. Valeu a pena!! Até à próxima!

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