EDITOR : ALEXANDRE FRANÇA
COLABORDORES : ANDRÉ REIS E BETH SHIMARU

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"Leve a vida na correria!"

por Alexandre Corrêa



Irônico, mas levar a vida na correria ganhou sentido pejorativo na sociedade moderna. Para muitos, o termo representa tão somente uma rotina estressante de trabalho, pouco lazer, distância dos amigos e da família, saúde em desequilíbrio, preocupações financeiras e patrimoniais, enfim, não é difícil encontrar pessoas próximas a nós com esta multiplicidade de aflições.

Longe de tentar parecer um “guru” da vida saudável, acredito que levar a vida na correria pode representar o oposto de uma rotina estressante.

Aparentemente sacrificante para alguns iniciantes, a corrida traz tão bons resultados para o organismo que se torna um enorme prazer com o passar dos anos. Basta observar a longevidade dos corredores mais experientes. Tenho convivido com muitos deles por mais de sete anos correndo e sempre encontro pessoas agradáveis, alegres e confiantes.

Claro, começar exige alguma força de vontade, existe aquele período inicial de negação que nos cobra uma boa razão para o “sacrifício” de correr alguns dias na semana. Emagrecer rápido ou uma orientação médica são as primeiras razões da lista. Mas note, não há melhor motivo para correr do que o prazer de correr. Trata-se de um momento consigo mesmo em que se pode encontrar paz e equilíbrio para seguir com os compromissos diários de trabalho, família e amigos. Emagrecer, controlar hipertensão, glicemia (para os diabéticos), tudo isso são boas consequências do simples prazer de correr.

Correr é bem mais do que uma ação física. Não interessa se corro lento ou veloz, por muito ou pouco tempo, acompanhado ou só, o ato nos obriga a deixar de lado tudo que não seja imprescindível à boa execução do exercício. O esforço para avançar requer persistência e algum tempo depois o corpo se acostuma, há um sensível relaxamento, os movimentos ficam mais soltos e a mente descansa. É nesse estado que geralmente surgem bons pensamentos e sentimos que podemos correr por mais tempo. No final, leves e bem dispostos, a respiração vem fácil. E aquele eventual problema que nos afligia antes da corrida já não é tão “problema” assim.

Ainda indeciso? Não tem certeza se consegue?. Tá bom! É mais ou menos assim: Tudo pode começar com um objetivo modesto, correr 3 Km e caminhar outros três por exemplo. Se conseguimos, sentimos o quão capazes somos e seguimos mais confiantes, nos permitimos forçar um pouquinho até que aparecem as primeiras “dorzinhas” musculares. As pernas parecem travadas, mas por uma questão de honra repetimos o feito no dia seguinte. A respiração é mais profunda após alguns dias de corrida, os pulmões agradecem e o cérebro estimulado nos leva adiante. O sorriso franco não esconde a estima elevada, apesar do cansaço. Ao final de um ciclo, mesmo parecendo tudo muito difícil, não tem mais como continuar na cama numa manhã ensolarada de sábado e agora já era, virou hábito, saímos para correr, refletir, ouvir os pássaros e celebrar a vida.

Quem já passou por esse processo guarda as boas lembranças da fase inicial de treinos. Vencido o sedentarismo, o corpo pedirá mais a você e logo descobrirá que ele sempre reclamou o direito de correr por anos. Aqueles sintomas de um mal estar insistente era o seu corpo pedindo exercícios físicos. Sim, as dores de cabeça, estomacais, musculares e tantas outras que apareciam sem razão qualquer, desapareceram com a corrida habitual. Ah! Sua alimentação também mudará bastante, logo irá notar. O melhor desempenho nas corridas exige boa nutrição e não apenas comer qualquer “coisa”.

Exercício físico é condição para uma vida saudável e a corrida aparece como um dos mais democráticos exercícios que alguém pode praticar. Jovens, velhos e bem mais velhos estão convidados a correr gastando quase nada. Basta uma roupa leve no verão, algum agasalho no inverno e um par de tênis adequado. A corrida acontecerá num parque ou nas ruas de qualquer cidade do mundo.


Tenha uma boa vida, na correria.


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